sábado, 12 de outubro de 2013

SIGNIFICADOS E INTERPRETAÇÃO DE OYEKÙ OU EJI OLOGBON.




Eji Ologbon é 13º Odu no jogo de búzios e o 2º na ordem de chegada do sistema de Ifa onde é conhecido como Oyeku Meji.
Responde com 13 (treze) búzios abertos.
Em Ifá, é conhecido entre os Fon (Jeje), como “Yeku Meji”, palavra cuja etimologia é desconhecida.
Existe uma corrente que pretende dar a esta palavra, um significado que está ligado ao termo “ye” (aranha) e “Ku” (morte), por considerar-se a aranha, como um animal de mau agouro e anunciador da morte.
Em Nagô, o sentido pode ser o seguinte: “Tudo deve retornar depois da morte”.
Os nomes honoríficos deste Odu são: Alagba Baba Egun (Velho Pai dos Egun) e Alagba Baba Mariwo (Velho Pai do Mariwo), títulos estes, que designam o chefe vivo dos kututo, de quem Oyeku Meji é o chefe espiritual: Ye-ku-Ma-Yeku (nós somos compostos de carne e de morte): Zã-ki (O dia está morto). Esta última expressão usada pelos arautos (Ago Zãgule) do Abomey, para anunciar a morte do rei, Jioye ou Ejioye (Dois ye, duas mães), evocando como Ejiogbe, a dualidade Céu e Terra.
Sua representação indicial em Ifá é:

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Eji Ologbon é um Odu composto pelos Elementos Terra sobre Terra, o que indica a saturação total, o esgotamento de todas as possibilidades de acrescentar-se algo, o fim de um ciclo, a morte.
Corresponde ao ponto cardeal Oeste.
Suas cores são o negro, o branco nacarado e o cinza prateado. É um Odu feminino, representado esotericamente por um circulo inteiramente negro, o contrário de Ejiogbe (Ejionile). Oyeku é à noite, o inverso do dia; a morte, o inverso da vida.
Alguns advinhos afirmam que este foi o primeiro Odu a ser criado, tendo perdido o seu lugar pra seu irmão Ejiogbe. Esta opinião prende-se ao fato de que as trevas existiam antes que fosse criada a luz. Oyeku Meji é essencialmente, o contrário de Ejiogbe, ou sua complementação. Representa o ocidente (Lisaji), à noite (Zan) e a morte (Iku).
Quando Ejiogbe veio a Terra, não existia a morte, Oyeku aqui a introduziu e dele depende o chamamento das almas e suas reencarnações após cada morte.
Oyeku participa dos rituais fúnebres e um pouco das guerras. É ele que comanda a abóbada celeste durante a noite e o crepúsculo.
Devido a sua influência direta sobre a agricultura e toda a produção agrícola, aqueles que nascem sob este signo poderão ser excelentes agricultores.
Todos reconhecem neste Odu, uma enorme influência e uma estreita relação com a Terra, o que reafirma sua condição de oposição à Ejiogbe que comanda o Céu.
Foi este Odú que ensinou os homens a alimentarem-se de peixe. Pouco depois de sua chegada a Terra, começou a chover e junto à chuva, caíram do Céu várias espécies de peixes, que foram levados aos lagos e rios por diversos cursos d’água. Oyeku, então, disse aos homens surpresos: “Nada existe de misterioso nisto, estes animais são comestíveis e foi o céu quem os enviou. Podem, portanto, come-los sem qualquer receio.
Além dos peixes, vieram ao mundo sob este signo o couro do crocodilo, o focinho do hipopótamo, o chifre do rinoceronte, todos os animais de pelo ou de penas que possuem hábitos noturnos, as nodosidades das madeiras e os nós das cordas.
Representa tudo o que é neutro, ineficiente, fatal. O conformismo, a coisa comum, tudo o que é próprio do indivíduo sem importância. Aquilo que cai que se decompõe. É o declínio do Sol, o final do dia, o fim de uma etapa, a noite que se aproxima a morte.
Anuncia um acontecimento nefasto, uma notícia desagradável, um falecimento, uma condenação na justiça. Determina sempre o fim radical de uma situação, o que pode ensejar ou não, o surgimento de uma condição inteiramente nova.
Os filhos deste Odu são pessoas dóceis, de temperamento mórbido, que preferem ser dirigidas e orientadas por alguém em quem depositam confiança cega.
Preferem as coisas simples, mas de muito bom gosto, conseguindo reunir desta forma, simplicidade a beleza e a praticidade. Preferem viver em grupo e vivenciar com muita intensidade, os problemas do grupo de que fazem parte.
Intelectualmente receptivos, tem a capacidade de acumular uma infinita quantidade de conhecimentos sobre os mais variados assuntos, Independente disto, são incapazes de formularem teorias ou idéias próprias e quando o fazem, suas opiniões assumem aspectos negativos ou demasiadamente místicos.

SAUDAÇÕES DE EJI OLOGBON:
Em Fon: Mi kan Yeku Meji
Ma ku zan do mi o!
Tradução: Saudemos Oyeku Meji
Para que as trevas da noite não caiam sobre nós!
Em Nagô: Ejiolgbon obetiti omo ki.

EJI OLOGBON EM IRE:
Quando em Ire: Eji Ologbon pode indicar, principalmente: Mudanças para melhor, fim de uma situação desagradável, boa orientação de alguém, que deve ser seguida, desmascaramento de certa pessoa que vem agindo com falsidade no amor, neutralidade em relação a uma briga ou disputa envolvendo outras pessoas.

EJI OLOGBON EM OSOGBO:
Em Osogbo, este Odu pode indicar: ineficiência, incapacidade de tomar decisões, queda de situação, morte do cliente ou de uma pessoa ligada (fala principalmente da morte de pessoas do sexo feminino), notícias ruim que está para chegar, rompimento definitivo de qualquer tipo de relação; fim de uma situação agradável, esgotamento de possibilidades e de recursos.
Em Osogbo Arun, indica problemas relacionados com as vistas, o estômago, do aparelho digestivo em geral, da bexiga, do útero. Indica ainda, queda de temperatura do corpo, perturbações emocionais e ou psíquicas: anemias, obsessões, alucinações fantasmagóricas.
Neste Odu falam as seguintes Divindades:
Orisá (Nagô): Obaluwaiye, Nanã, Osoniyn, Osumarè.

INTERDIÇÕES DE EJI OLOGBON:

Eji Ologbon proíbe aos seus filhos: O uso de perfumes muito fortes e ativos, a ingestão de alimentos demasiadamente condimentados ou de sabor muito forte. A carne do antílope, de veado e de qualquer ave de rapina. O uso de roupas vermelhas, a cultivo em suas casas de plantas que produzem espinhos, como roseiras, cactos, palmeiras, etc.
Os naturais deste Odu não podem, sob nenhum pretexto, destruir, seja por fogo ou por veneno, qualquer tipo de formigueiro. O vinho de palma (emu) também lhes é proibido.
Para manterem seu signo em Ire, devem banhar-se com folhas de cabaceira e algas. A pérola negra e o quartzo são excelentes catalisadores das vibrações positivas deste Odu, servindo, portanto como poderosos amuletos para seus filhos.

SENTENÇAS DE EJI OLOGBON:
(1) A nodosidade da árvore não mata a árvore, o nó da corda não mata a corda, a aspereza do couro do crocodilo não mata o crocodilo.
(O consulente escapará de doenças, de acidentes e de seus inimigos).
(2) Um peixe caiu do céu no país de Alagba e todos gritaram: “É a morte”! E a morte Fa Aiydogun lhes disse: Peguem estes peixes e tratem de cozinhá-los. A morte jamais saberá o que há dentro deles!”
(O cliente ficará curado da doença que o atormenta).
((3) O olho não pode ver através de um pano negro, na escuridão da noite).
(A morte, os acidentes e os inimigos, não molestarão o consulente).
(4) Um advinho chamado Boko Bedibedi, ao ser consultado por Alesua, rei de Sakete, lhe disse: “A carne do porco contém muita vida, más se tu não a comeres com parcimônia, te fará muito mal”.
(O resultado do que se pretende será bom, mas necessário que se tenha cautela).
(5) A vida é uma mudança constante, mas o camaleão (simbolizado por Segbo Lisa). Jamais se vestirá com um só pano.
(O rico de hoje, poderá ser o mendigo de amanhã e vice-versa).
(6) Um crocodilo, por maior que seja não pode abocanhar e engolir os talos espinhosos do dendezeiro.
(É necessário que se respeite o inimigo).

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